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A BARROSANA - TODAS AS EDIÇÕES 


POR BARROSO SEMPRE...

Ninguém fica indiferente a BARROSO!... Eu que calcorreio as suas vilas, aldeias e lugares, desde a "longínqua" Fafião, passando por Salto e Tourém, até ao extremo oposto de Santo André e Meixide há algumas décadas, ponho-me por vezes a pensar qual será a sensação de alguém que entre pela primeira vez as portas desta belíssima "república" e dê de caras e de forma inesperada, com o casario, as ruas, os monumentos ou os seus poucos mas resistentes e acolhedores habitantes. A localização de Barroso moldou o seu destino, a sua forma e o carácter das suas gentes. O destino, porque terra fronteiriça em tempos de instabilidades raianas e disputas territoriais, se erigiu como primeiro obstáculo à impetuosidade guerreira de estranhos. A sua gente, que sofreu ataques, assédios, bombardeamentos e destruição, é o que tinha que ser - dura como pedra, resistente, mas também sabedora dos benefícios da paz, o que a leva a receber com genuína simpatia quem quer que venha por bem. Barroso não tem monumentos, nem precisa!... Barroso é só por si um verdadeiro monumento. O granito que deu forma às suas "muralhas", aos velhos quartéis de outrora, às igrejas e ao casario, foi arrancado às encostas que descem até ao Cávado ou ao Rabagão, os rios que serpenteiam os termos de toda a região. Esse é o granito omnipresente que consubstancia, torna concreta e palpável a memória do meu povo. Foi com essas pedras que ele se defendeu, construiu as suas humildes habitações, paços senhoriais ou vivendas burguesas, pavimentou as ruas. albergou santos em igrejas e conventos e deu guarida aos militares que o defendiam das invasões. Nessas pedras deixaram os mestres canteiros as suas identitárias marcas e os pedreiros as suas fortes e certeiras cinzeladas. Hoje não se ouve o pedreiro a percutir a pedra, nem o bulício dos militares em serviço ou de licença, e são poucas as crianças que alegram e dão vida às ruas cada vez mais desertas. Mas os que por cá andam, os que cá moram e os que como eu não abandonam a "terra", têm a firme convicção de que o futuro de Barroso terá que ser ainda mais risonho. Sejamos justos: aquilo que tem para oferecer é único. Tudo que ficou dito, é ímpar!... A arquitectura moldada pelo Larouco e pelo Gerês, tem aqui uma das suas pérolas mais brilhantes e marcantes em comparação com outras que existem por essa Europa fora. Viva Barroso...

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